Comecei o dia assim me perguntando
A noite chegou e ela a pergunta, ainda estava em mim
Colada no pensamento, impedindo qualquer ideia de passar e ocupar meu tempo mental
O que eu faço com isso?
Separei em dois pedaços a frase pra facilitar sua degustação
O que eu
faço? Posso guardar descartar, ignorar, desembrulhar qual presente, compor com
palavras, poemas, pintar na tela com cores os traços.
O que eu faço? Faço planos, arte, uma viagem, um trato, uma caminhada, um doce, um laço, um mergulho, faço amor, uma coisa qualquer.
Com isso? Isso o que?
O estado mental? A falta de coragem? O insaciado desejo? O plano sem roteiro? A dor de estômago? O vicio de escrever? A tela em branco? O telefone sem crédito? A fé descrédita? O amor sem teto? A saudade estéril? Isso o que? O bloco sem brancos? Os óculos perdidos? A vontade ausente? O amor ruidoso, latente?
O que eu faço com isso?
Deixo num canto da sala, me sento diante e olho sem pressa, procuro o que vejo.
O que eu faço
com isso?
Procuro um
lugar sereno, suave, sem pressa e o deixo ficar.
O que eu
faço com isso?
Não faço,
passo a ser.
O que?
Essa que sou
agora que sei o que faço com isso.
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