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domingo, 6 de outubro de 2013

Olhar pelas lentes da câmera

Eu estava ali para uma cobertura fotográfica  espetacular.
Os convidados, pessoas que buscam uma nova cultura de diversão, iam chegando com suas fantasias comunicando com elas, seu ideal sobre ser outra coisa, outra expressão e significado, naquela noite reservada pra ser o lugar que cada um almeja, pra viver sem amarras ou restrições, uma fantasia.
            Multicores adereços e identidades diversas se misturavam criando aos poucos um cenário surreal, fantástico  beirando o absurdo!
           Super heróis, Cinderelas, seres do futuro, do passado, de tempo algum, provocavam um espanto risonho, uma sensação entre a degustação de um  alimento desconhecido e a lembrança mais doce da infância.
           Eram invenções e adaptações de tipos como o pirata bailarino, o palhaço encantando com o olhar sedutor do monge tibetano, a bruxa amarrotada a clamar poderes pra parar o vento frio lá fora, o príncipe tribal com joias e armas futuristas, o avatar e seu par  encarnando o chefe escoteiro das galáxias, e outras composições curiosas. Vez por outra  algumas mal arranjadas  deixavam cair pelo caminho, fragmentos de plumas, pétalas de flores do colar havaiano; ou ainda abandonadas propositalmente como a sombrinha da equilibrista apoiada num canto da entrada, o capacete do astronauta provávelmente  mal adaptado na cabeça do triatleta, jazia no encosto de uma cadeira ameaçando rolar a qualquer toque.
          Havia também os que   exibiam detalhes de arte final, esmeros pra serem vistos com lupas, pedras preciosas presas em lenços de renda e seda, fidelidade no tipo encarnado acompanhado de gestual convincente da ficção que intencionada.
          Enquanto isso, a primavera  sulferino derrubava suas flores improvisando um tapete na recepção.

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