Clarice acordou no meio da noite com as ultimas imagens do sonho que sonhara...estava
convencida de ter feito tudo que devia fazer...consciência calma...peito sereno...coração sossegado...caminho por fazer rumo ao plácido anoitecer...fizera tudo o que devia fazer...explicara a si mesma as condições para sua felicidade...a necessidade de um
calçado confortavel pra pisar solo pedrento... um casaco a próva do vento...maremoto do
coração rebentado e vazando pelos olhos em dias de sobressalto...era necessário...Veio
então a paz tão procurada...perseguida como escape da melancolia...grito de liberdade
ainda que tardia...Clarice sabia...não era noite, não acordara e nem eram ultimas as
imagens...não era sonho e também não sonhara...vivera de fato tudo aquilo que sabia...era
o que esperava. Dera o primeiro passo...e mesmo tendo se desviado...sabia...tinha como
voltar...Clarice adormeceu no meio da tarde...novidade...no meio da tarde.
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