Era manhã última do fim de julho. No ar um cheiro de brisa
fria, no chão, marcas da noite. Ela mal dormira. Madrugou de receio de perder a hora. O
trânsito. A carta de motorista vencida e
os riscos de apreensão! Tudo para compor o cenário daquela manhã de exame
final. O prédio ainda estava fechado, as árvores faziam sombra escurecendo ainda
mais o lugar. Ficou dentro do carro esperando o sol vir dar início ao expediente,
abrir as portas de entrar. Aproveitou
pra ler mais uma vez o texto. Estava
cansada dele! Incontáveis vezes seus olhos o percorreram...precisava entregá-lo
a público. Soltá-lo com asas feitas por
ela. Era naquela manhã. As pessoas foram chegando para começar quando ela já
estava quase no fim de sua espera. Sorrisos e suspense, certezas e emoção para
dar gosto ao sucesso, para parecer difícil aquilo que pra ela já se tornara natural.
As palavras começaram a flutuar na sala e a defesa teve lugar sem ataques,
ninguém usou as armas costumeiras...não cabiam naquele alvo. O tempo escorreu feito baba de
calda doce e com ela o fim da solene apresentação. Pronto! É hora de dormir sem
pressa. Sonhar com nova onda arrebentando na calçada, refrescando o rosto,
umedecendo o sorriso vencedor.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
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