Precisava voltar pra casa, mas não queria. Preferia ficar onde estava. Aproveitar o clima de verão estendido, sol interminável refletido nas ruas quentes e movimentadas de pedestres do mundo.
O céu não escurecia antes das vinte e duas horas, exagero de luz!
Sons multilíngues, cores multissons, costumes multiformas, gostos multidões!
Ruas de pedras, paredes de história, janelas abertas, memórias!
Precisava voltar, mas preferia sentir um pouco mais aquele cheiro de lugar distante de casa, de gente com pressa de fazer nada, de pessoas munidas de mapas e bussolas, mas, perdidas!
Ponto de chegada e partida, um presente, uma lembrança pra levar pra quem não veio e não viu, não sentiu, não cheirou, não ganhou, só perdeu. Ficou! Me espera, me analisa, me confere a lista, me cobra o tempo, me exige chegar voltada pra casa. Eu mesma!
Precisa mudar de roupa, de clima, de meio de transporte, de tema literário, de companhia de viagem, de cara pra foto, de creme e filtro solar, de cara de boba e feliz, de interesse, de desejo...precisava voltar.
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