Amanheceram daquela noite inúmeros sinais de alerta sobre as tempestades prenunciadas. Avalanches desmoronavam a sustentação do arsenal que munia a criatividade desmedida, interrompível, transgredida. Vigilante e guardiã do seu bem mais precioso ela resolveu partir em uma nova expedição de reconhecimento de um lugar seguro e de acessos passíveis de interação que somam conhecimento, ampliam os horizontes da interpretação e enriquecem as possibilidades de inspiração sem fronteiras, censura, limitações físicas ou virtuais...Aquele era um tempo em que as chaves abriam as portas ao sabor de um código nem sempre secreto. O visitante chegava sem avisar munido de sua senha sem dizer bom dia ou até mais....chegava e partia, alimentava-se com o que buscava sem nem mesmo haver troca de energia...Não havia mais dúvidas que era preciso um outro lugar...Com novo desenho e compartimentos... Pensou fazer as malas...encaixotar o pensamento pra que as ideias não fugissem receosas de mais uma mudança sem levar nenhuma certeza...Recolher os arquivos e fazer as malas... Se mudar novamente...
Para outro espaço virtual... Desta vez sem endereço de acesso ou fuga... Sem
caixas vazias nas mãos... Sem as palavras dos textos protegidos, caindo entre
os dedos...espalhando-se incertas a ameaçadas... Escapulindo na esperança de ficar no espaço acostumado... Pensou em construir outro
lugar pra registrar na pedra, feito os primitivos das cavernas, seus desenhos
emblemáticos a esconder significados que as palavras não conseguiam mais... Pensou
em sair do lugar onde gera as idéias passiveis de condenação... Fingir ser
obvia e trivial... Algo que não incomoda nem chama atenção apenas registra
códigos feito hieróglifos egípcios, de quase impossível
decifração nesses tempos de tecnologias de acesso rápido e interfaces amigáveis
de usuários tantos milhares codigos binários... Tribo que navega nas redes, intenção qualquer uma... Anônimos e sedentos
de pistas pra seguir em busca de dar sentidos e rumos pra essas viagens sem rota alguma...
Pensou fazer as malas... Se mudar novamente... pra um lugar indefinido ainda...
Inexistente talvez... Arquitetado certamente... Viável quem sabe... Duradouro
nem sempre... Acolhedor sem dúvida... Seguro temporariamente... até o momento
de fazer as malas e mudar pra sempre outra vez.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
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