Fiquei parada no meio da rua esperando, com minha bagagem de
pintura na maleta de madeira, cavalete desmontado
preso na caixa, panos e telas, blocos de canson, carvão, estiletes e pinceis, meus
livros de ficção, notebook e CDs. Tudo
que eu precisava pra passar um mês num cativeiro caso eu fosse sequestrada.
Fiquei ali um tempão, choveu, abriu sol, anoiteceu, esfriou, amanheceu
novamente... Nenhum seqüestrador disponível... Não foi dessa vez... Quem eu
esperava também não veio me buscar, tenho ficado assim ultimamente esperando pessoas
que não chegam, descobrindo coisas que não acontecem, lendo romances que não
terminam, vendo filmes sem enredo, ouvindo musica no pensamento, pois meu aparelhos
de som queimou na tomada duzentos e vinte volts, meu telefone não tem tocado e
as mensagens não chegam mais. Fiz um novo desenho e resolvi bordar tudo em
vermelho. Costurei um nu em minha camiseta e fui nadar antes da chuva. Quando
voltei, encontrei comigo no meio da rua...estava lá ainda esperando a mim mesma
que ao que parecia, tinha me metido em algum novo lugar desconhecido...um lugar
desconhecido faz isso com quem chega nele pela primeira vez...era o meu caso.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
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