Eu estava sem nenhuma ideia pra escrever naquele dia...isso era sinal de algo muito estranho...pois ideias não costumavam me faltar...abri um arquivo novo e fiquei olhando em torno...meu escritório nunca estivera tão bagunçado...os livros utilizados na última pesquisa ainda estavam soltos pela bancada, folhas de rascunho exibiam o processo criativo conturbado da última publicação...anotações de referências, links e capsulas de informações se exibiam em pedaços improvisados de papeis pelos espaços...no chão deitavam sinais da desordem sobre a mesa...na pasta de arquivos eletrônicos vários ensaios nominavam de em construção textos começados...ideias desconexas, guardadas, registradas, valorizadas num tempo em que a falta de ideia poderia acontecer como hoje...abri um deles em busca de algum contato, inspiração, olhei mais uma vez meu entorno e fixei no menino que dormia no meu tatame, exausto, primeiro dia de aula, tantas novidades inquietantes, incertezas...estava ali a ideia que eu precisava...me aproximei dele e vi que transpirava, o acordei, ofereci-lhe água mas ele se recusava a abandonar a preguiça que o tirara daquele percurso que transitava entre surprêsa e dor...o desconhecido e a decepção de não saber ainda o que ia acontecer, dia após dia...insisti pra ir dormir na cama mas ele se acomodava se enroscando nas almofadas... preferia ficar...voltei ao meu texto e vi que ele estava pronto.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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