quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Sem cabresto
Na berlinda em julgamento sobre suas planagens, vôos... Subterrâneas paisagens... enigmáticas expressões de ser e se encontrar em algum lugar... Sem lugar algum pra de fato estar... Mergulhos em nuvens... naufrágios...decolagem ao subsolo... Observatório da alma escondida... sem querer se mostrar...pra ninguém e si mesma...Encontra-se assim quase sempre... inconseqüente postura de quando tomada pela paixão que a move sem censura. Sente-se solta, a inventar inventos, adivinhar coisas... mover pensamentos...proposituras, numa espécie de alegria rara...desmedida...expressando-se feito mulher de riso fácil, vida dura, riscos sem fronteiras... levita feito pipa com muita linha...vento desmedido, a projetar-se desequilibrada, assim como quando o fio não está de todo esticado...ela fica...pipa com muita linha...que se desenrola sem freio nas próprias mãos como se nas de um menino que não sabe...mas se aventura, aproveita o vento... solta de uma só vez... sem dar tempo de se aprumar pra subir...fio esticado tenso, seguro e controlado na mão que dirige e recolhe em tempo do vento autorizar...pipa descontrolada e com fio demais...é ela...solta... desguiada de si mesma...vez por outra a ameaça de cerol...tempestade de vento cortante que arranca pedaços das asas e da rabiola...desequilibra sem cabresto...mesmo assim teima em planar...sem mostrar nunca desejo de aterrissar...pés no chão...firmeza e segurança do solo...âncora que segura o barco pra não se soltar correnteza rio adentro...morro abaixo...porto seguro...linha curta e firme...atada ao braço forte do menino que é ela mesma... e que... não facilita as cabeçadas da pipa...que sem cabresto se aventura... Tomada pela paixão obscura de viver por si mesma cada imaginura, que traduz na pintura, na poesia e na própria arquitetura...
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