sábado, 23 de julho de 2011
Corpo mão, jóia, anel: imaginuras
Saíram em pedaços desprendidos dos vestidos e dos membros das árvores a se trocar com o vento e a intempérie parecendo pra quem vê, que elas estão morrendo. Ilusão do entendimento. Estão a se espalhar pra viver outro momento. Encontrados fragmentos pelas mãos do escultor viram composição design e poesia, raridade e fantasia. Transformam-se complementos para aqueles que na incompletude do tempo ainda não se completou. Pelo olhar faminto das mãos e dedos vão pra longe cada qual num instrumento corpo, meios, papéis, ambientes, culturas, diferentes desiguais criaturas. Vão eles próprios, compor a própria identidade, ousado desejo, transgressão de estilo, exibicionismo, demonstração de vaidade a granel, peculiaridade dos sentidos, singularidade plural, gosto desenfreando pela arte e sua linguagens presa ao corpo jóia anel. E por elas, as mãos que chegam sempre antes, a levantar as cobertas, a despertar as orelhas, a sustentar o salto que retira da cama o corpo sonado, massageia os olhos a pele, os cabelos e a coragem, tudo toca, movimenta enfeita, se expõe se suja se molha, destrói, afaga, acolhe, atira, excita se lava, se toca, se junta na prece, esfrega e ativa a memória, se alonga se estende corpo afora...Nelas mãos os dedos qual galhos de árvore a se esgueirar em pinças, presilhas, alicates, operadores delas, auxiliar. Vão sustentar em um deles o anel a habitar outros mundos... viajar, atrair olhares, provocar sensações, confundir preconceitos, conversar outra língua, empunhar a taça, brindar a vida, assinar documento, autografar a arte, ferir as cordas do instrumento, erguer no ar a interpretação da atriz, apontar o firmamento, clicar o mouse, acariciar corpos, abrir a maçaneta, acenar adeus, cobrir o corpo pra aquecer e dormir... voltar pro quarto no dedo da mão de quem sonha ser mais do que gente, do que arte, do que árvore, do que um corpo somente... ser busca voraz, intermitente, do reconhecimento das ideias diferentes, nas diferentes posturas, estilos, paisagens...imaginuras.
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