A distância não era mais o motivo. A presença no mesmo ar, do mesmo lugar e mesma cidade, apertava os nós dos sapatos, das gargantas, dos laços pra presentes, dando uma nova cor ao que chamam saudade.
A rotina prosseguia serena e tranqüila sem se dar conta da ausência, seus ruídos e dias, idos e findos. Dia após dia tudo se seguia benfazejo cada dia, cada qual com seus ensejos, seus juízos... Calmaria.E como se numa corrida em que ela, feito atleta que mira o percurso e nele a reta da chegada, a saudade se posiciona, se apruma, se levanta e do nada quase nada, começa a contar regressiva a hora da chegada que não chega nem no dia e nem depois do outro, dia...nem depois de rompida a faixa que avisava quem vencia.
Então se inicia, outra etapa do percurso da mesma prova e corrida. Ela então competidora saudade, se prepara pra nova projeção da largada e da reta de chegada. A distância perde a relevância, o tempo ganha novos sentidos, a hora e o lugar ocupam o destaque nos planos de execução para se alcançar a vitória...isso por que a distância não era mais o motivo...
Ela saudade então personalizada , desliza feito orvalho na folha recolhida pelo poeta, presente da musa escondida, guardado, escapa pela janela da alma em liberdade, salta fora do tempo, do lugar, da realidade. Liberta dos limites instala novos horizontes, dá um telefonema, toma um chá e vai ao cinema...Volta pra casa, toma outro chá, abre o aquivo e retoma teimosa e feliz um novo poema.
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