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domingo, 31 de julho de 2011

Poucas, nenhuma palavras

Foto Suê 20101 - Gordes -Fr.
Calou-se enigmaticamente. Fechou as gavetas repletas de palavras, risos e pensamentos. Procurou o mais distante de seus aposentos e deitou a cabeça cansada dos escritos esquizofrênicos que se pretendem poéticos... no braço do enorme sofá... pequeno para o corpo que se espalhava na procura de espaços vazios para acomodar o descanso necessário, merecido, premiado...Voltava da jornada exaustiva e árdua a que se propora tempos atrás...avaliava a bagagem acumulada e de dentro dela tirava risos, olhares, palavras, escritos, imagens, chegadas e despedidas, música, pinturas, tardes claras e noites escuras, lugares, lágrimas, sombras e paisagens, saudades...Lembra o esforço destinado a tudo aquilo e pensa...pensamentos que prometem descanso...trégua...a volta ao lugar conhecido...ao fim da aventura errante sem Quixote e Sancho Pança, sem moinhos de vento com suas lâminas...sem riscos, sem vinganças...Alonga os pensamentos para bem distante...o começo da jornada...as pedras no caminho...as flores perfumadas...num balanço quase reegenharia de processos...quando se faz a pergunta: de tudo o que fiz...o que faria de novo, o que não faria e do que fiz o que mudaria se tiver que repetir...Respira leve e profundo a certeza de ter chegado ao ponto pra onde se dirigiu o tempo todo...todo tempo.De volta ao lar da tranqüilidade sem perturbações cognitivas, surreais...sem apegos desapegados de si mesmo...sem fantasia...sem invenções...simplesmente, simples e fácil de se saber sem se perder... na paisagem sinistra do desconhecido que não se mostra nem mesmo sob a lupa dos sentidos.

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