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sábado, 16 de julho de 2011

Quarta feira.


Desejosa do status da quinta feira, quarta despediu-se da terça prometendo ser quinta antes de sexta feira. Aquela era uma tarde boa pra ser uma boa tarde de quarta feira a tarde. Boa pra se existir. O mundo rodava convincente e firme no eixo do tempo daquela tarde. A brisa se ausentara mais cedo, voltara pra casa descansar do vento que no dia anterior a fez balouçar rudemente até quase se espalhar inteira em desventania. As nuvens se juntaram num canto do céu sobrepondo novos traçados, transcritos revelando novo e inusitado papel. A tarde então apressada se mistura aos prenúncios da noite que com seus passos deslizantes lentos, chega vagarosa dando tempo pra tarde completar seu tempo. Sorrateira dançarina a noite entra em cena, sem estardalhaços nem pedir licença, vem silenciosa a abraçar os resquícios da tarde. Finalmente escurece o quarto, ilumina o palco, instala-se por inteira. Inaugura a quarta feira.

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