Ele estava lá olhar perdido captado pelas lentes de sua câmera num audacioso zoom. Chegou tão perto que poderia tocá-lo cílios varrendo a projetiva...Conhecia aquele homem, sabia quase tudo de suas viagens pelos grandes economistas suas críticas ao modelo socialista. Por muitas vezes fora causadora do debate que terminava sempre num rompante que separava ainda mais o que já se separara levemente. Conhecia aquele homem até que um dia passou a des conhecer, des saber, des fazer os pactos de ser sua seguidora cega, a tatear suas crenças e verdades, sem notar as tochas que tremulavam iluminando ainda que incertas, seu caminho. Reinventou sua origem e acontecimentos e quase perdeu-se dele endereço e contatos táteis...partiu para uma outra desconhecida dele, dela. Ele por sua vez, para não perdê-la definitivo inventou nela, uma outra que passou a cuidar feito planta que não sobrevive sem água, sol e sem aquela conversa diária ao pé do caule, sobre o tempo e as intempéries. Um escravo sem senhor ou senhora, um senhor sem súditos... eis como o via. Perguntava-se o que o levara a aquele designio de atormentar-se com suposições de prejuízos quaisquer que a fizessem sofrer, ameaçassem sua existência razão dele própria vida. Para proteger-se da dor de perdê-a a sufocava, tirando-lhe o ar secando-lhe a seiva vital com muita dedicação. De vez em quando, para economizar a vida dela, se afastava pra que sua proteção não fosse a ela fatal...mas voltava...sempre redobrada obsessão cuidadora. E Ela, a que se foi, olhava de longe, aquele homem dela agora um des conhecido que dela mesmo, pouco conhece agora...assim, igual, quase, sempre..
sábado, 1 de outubro de 2011
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