Total de visualizações de página

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Secura em flor

A flor secou antes de murchar. Estava distraída, brincando com outra flor quando o riso que era um brinquedo, ecoou para além das janelas... todas abertas. Atingiu outra flor ressequida pela dor do pensamento ferido, do perfume ausente, do orvalho esquecido, da primavera sem cor.
Fulminada por raios ensandecidos, a flor não teve tempo de murchar...secou. Arrependida nunca mais ouviu seu riso, e nem o da outra flor com quem costumava rir,  mesmo porque flor seca não ri, não brinca, não se despe para a chuva, não respira, não perfuma, não adorna,  se reduz a secura em flor.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

de brinquedo

Era tarde que pequena crescia pra ser noite, pra ser dia.
Clarice abre o envelope a ela endereçado. Um aviso de como se portar quando das janelas abertas.
Um farol sobre os equívocos a sua volta, mágoas, invejas revolta!
Intriga dessas que se sente pelo azedume das palavras
pelos rodeios que disfarçam o sentido das frases. Dessas que nascem vítimas  da escuta espiã, silenciada, muda e pronta para o ataque.
Era alguém se aproximando com sinais inquietantes, com sentenças afiadas, arremessadas em sua direção. Bem que podia ser uma cobra de brinquedo.

sábado, 17 de maio de 2014

Feliz da vida!!!

Estava assim quando você me ligou dizendo que vinha me buscar. Não continha a alegria que subia libertando meu
sorriso. Felicidade!!!Você de volta de um jeito novo, história nova, outro lugar!!!Desliguei e corri me aconchegar, sob o  manto de estrelas..aquele que fiamos junto! E pude ouvir nossas vozes, nossa respiração, nossa esperança!!Era o passado voltando neste futuro presente. Era você e eu com todos os nossos planos, sonhos, desatinos!Fiquei assim, feliz da vida!!! 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Ao seu encontro

Eu mal chegara e já estava pronta pra sair, nem mesmo vira o entorno do cenário e já me entendiava com o silêncio opaco, a brisa muda, o riso ausente...a saudade era maior que a  imensidão do  céu esticado sobre mim, mais funda que a escuridão sem fim...Só  você hoje me faria levitar pluma sem âncora...só em  seu ombro minha cabeça pararia de fugir, somente o seu dedo em riste me chamando atenção pro tempo me faria ouvir de novo a esperança...mas você não veio e não virá até que eu vá ao seu encontro.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Sistema

O sistema falhou de novo...não me deixou abrir a página em branco...não me deu acesso e nem me deixou ver as postagens todas...não me permitiu meu login...acho que não sou a que era antes para ele...não reconhece meus dados...ignora meus comandos...quer me enlouquecer...esquecer quem sou, ou era...não me  dá ferramentas para inserir imagens e vídeos...não quer nada comigo esta noite...
configuração mudada...meu blog já não é mais o mesmo...acho que nem eu...

Qual casa?

Estava pensando... Há quanto tempo sai de casa? E esse caminho que tomei... De onde foi mesmo que eu copiei? Percebi então... Quase quatro anos se passaram desde que sai procurando uma nova espécie de bonsai pro meu jardim particular. O paisagista que me atendeu naquela tarde ao fim do seu expediente, me indicou outra direção, qual foi mesmo ela? Estava aqui pensando e vi caído sobre os  meus pés ao chão meu casaco de inverno...olhei pela janela e vi o calor escaldante lá fora...deduzi que era inverno quando eu parti. Examinei os bolsos na esperança de uma pista... Tickets do metro de Nova York... Desisti larguei o casaco e fui até o escritório ao lado do ateliê... Arquivos abertos, livros espalhados, tantas pistas e nenhuma evidência. Continuei pensando... Tudo bem, já sei que sai de casa um dia, num tempo qualquer, não importa... Estou aqui e quero voltar pra casa. É o que me move agora... Voltar pra casa. Qual casa?

sexta-feira, 14 de março de 2014

significados


...foi quando ela se deu conta que havia abandonado muitos de seus significados...Então parou pra olhar os guardados, remexeu as gavetas, viu as marcas do passado embrulhadas pra presente no futuro agora,   sentimentos empacotados,  vestidos  desusados,  livros,  discos,  desenhos rascunhados...  depois olhou-se no espelho e se viu a que estava agora...nova face, novas vestes, cores, tecidos bordados em riscos, fios, brilhos, sapatos baixos, joias de prata, cabelos navalhados, tatuagem no colo...amor do passado desamado.