domingo, 22 de maio de 2016
Pedaços
...soltos sobre a mesa, a varanda...pelo assoalho do sótão, entre os livros, entre as fotografias do álbum da família, sobre a bíblia... Os pedaços de minha historia se espalham livremente...marcam datas, cenários, festas com vestidos colados ao corpo, soltos pelas pernas, varrendo o chão do tempo; pedaços meus despretensiosos de se juntarem num quebra cabeças...pedaços das leituras, dos filmes, dos amores pela vida afora, tantas eu!!!Pedaços! Soltos trombam-se pelo ateliê, esparramam-se entre as almofadas sob o sol da vidraça, percorrem todo espaço entre telas pintadas, panos bordados, riscos traçados, numa festa regada a êxtase, pedaços dos meus sonhos...loucuras de cada idade, pedaços de saudades!!!
Estava lá.
Batia insistentemente a porta,
O longo tempo em que estivera trancada por dentro, pra que ela não voltasse a entrar, emperrou a dobradiça, dilatou a fechadura...
Agora a chave rodava sem rumo, como ela, sem efeito.
Precisava entrar.
A chuva gelada caia forte batendo nos pés, subindo corpo acima, abaixo... enregelando por inteiro.
A unica maneira de entrar seria que alguém de dentro abrisse...Mas não havia ninguém. Desde que partira sem data pra voltar...
Precisava entrar. Aconchegar-se nos aveludados pensamentos compostos de suaves melodias, acariciar os sentidos com o perfume da relva fresca, das ervas milagreiras...a ventania forte abrira uma passagem invadindo o ventre...fazendo-a contorcer-se...
Desesperançada, entregue ao silêncio fatal... ouve passos em direção a porta...move imperceptível a maçaneta e aos poucos...num tempo de eternidade...a porta vai se abrindo lentamente... sofrega desprega os olhos do chão e levanta a cabeça para ver quem a salvara então...e se vê frágil mas firme e bela a estender-lhe os braços acolhendo-a. Ela estava lá!!!
O longo tempo em que estivera trancada por dentro, pra que ela não voltasse a entrar, emperrou a dobradiça, dilatou a fechadura...
Agora a chave rodava sem rumo, como ela, sem efeito.
Precisava entrar.
A chuva gelada caia forte batendo nos pés, subindo corpo acima, abaixo... enregelando por inteiro.
A unica maneira de entrar seria que alguém de dentro abrisse...Mas não havia ninguém. Desde que partira sem data pra voltar...
Precisava entrar. Aconchegar-se nos aveludados pensamentos compostos de suaves melodias, acariciar os sentidos com o perfume da relva fresca, das ervas milagreiras...a ventania forte abrira uma passagem invadindo o ventre...fazendo-a contorcer-se...
Desesperançada, entregue ao silêncio fatal... ouve passos em direção a porta...move imperceptível a maçaneta e aos poucos...num tempo de eternidade...a porta vai se abrindo lentamente... sofrega desprega os olhos do chão e levanta a cabeça para ver quem a salvara então...e se vê frágil mas firme e bela a estender-lhe os braços acolhendo-a. Ela estava lá!!!
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