Era manhã acabada de amanhecer e Clarice, de malas prontas, pensava nos motivos da viagem, os sonhos que a povoavam e as realidades feitas de impossibilidades. Um aperto no peito sinalizava insatisfação ao mesmo tempo que desafio de poder sozinha levar-se pra longe de todos, naquele sábado de sol embassado a prenunciar o horário de verão. E Clarice imersa na paisagem que passa na janela se revela:
Silêncio
Sou silêncio
Distante silêncio
Ausente e só
Silêncio
Incertezas distantes
Silêncio de ausencias
Indubitável certeza do silêncio
Viável Silêncio
Distante viável
Silêncio vazio
O que Sou
Distante ausente e só... silêncio...
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Me vejo
Pela janela me vejo
Debruço-me sobre meu peito
Afasto a cortina que me estampa o olhar
E me impede desnudar por inteiro meu ser.
Procuro a chave da porta principal
A que me leva direto ao ponto
Onde me encontro
Me reconheço
Me acaricio
Pago o preço da liberdade
Salto na rima fora da pauta
Ouço a canção
Um gole de água fresca derrete o calor da garganta
Gosto de menta
Pastilhas interminaveis
Sacio-me da que vejo
Fecho os olhos e sonho esvoaçando meu ser
Pela janela
E me vejo.
Assinar:
Postagens (Atom)