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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Casa Puebla - Punta Del Este

Quando tudo parecia perdido...
Foi preciso ir para bem longe
Para encontrar-me com o aqui mesmo
Nos jardins da Casa Puebla
Encontrei-me nos escombros de mim mesma
No sótão do coração
No almoxarifado das relíquias sagradas
Dos valores estabelecidos
Da verdade acreditada
SOLILÓQUIO
Perder as origens eis uma ameaça que sempre me abalou. Origem cultural, genética, fenotípica.
Acreditava que isso só acontecesse se  sofresse um terrível acidente que me deformasse o corpo e a mente.
 Mas não.
Descobri que a tristeza profunda consegue fazer isso.
Transformar-me em uma outra.
Perceber que isso pode ser bom  embora tenha todas os sinais de ser ruim...

A tristeza bateu forte
Minha vida ela abalou
Foi um vento lá do norte
Que o meu sul desabou
Desarrumei toda casa
Movi quadros da parede
Tirei o pó dos guardados
Deixei janelas voar
Reuni os meus desusos
Que um dia utilizei
Enchi pacotes de mim
De alguém que não sou mais
                            Abri espaços na estante
De coisas e vaidades
Hoje o lugar que ocupam
                           Não tem mais razão de ser
                                Parei pra repousar
Nas notas de uma canção
E veio então pra mim
Novo arranjo e a explicação
Que a tristeza do começo
Era só a indicação
De que o amor é o cimento
Pra minha recontrução

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