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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cativeiro

Fiquei parada no meio da rua esperando, com minha bagagem de pintura na maleta de madeira, cavalete  desmontado preso na caixa, panos e telas, blocos de canson, carvão, estiletes e pinceis, meus livros de ficção, notebook e CDs.  Tudo que eu precisava pra passar um mês num cativeiro caso eu fosse sequestrada. Fiquei ali um tempão, choveu, abriu sol, anoiteceu, esfriou, amanheceu novamente... Nenhum seqüestrador disponível... Não foi dessa vez... Quem eu esperava também não veio me buscar, tenho ficado assim ultimamente esperando pessoas que não chegam, descobrindo coisas que não acontecem, lendo romances que não terminam, vendo filmes sem enredo, ouvindo musica no pensamento, pois meu aparelhos de som queimou na tomada duzentos e vinte volts, meu telefone não tem tocado e as mensagens não chegam mais. Fiz um novo desenho e resolvi bordar tudo em vermelho. Costurei um nu em minha camiseta e fui nadar antes da chuva. Quando voltei, encontrei comigo no meio da rua...estava lá ainda esperando a mim mesma que ao que parecia, tinha me metido em algum novo lugar desconhecido...um lugar desconhecido faz isso com quem chega nele pela primeira vez...era o meu caso.

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