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sábado, 18 de junho de 2011

Onde acende a luz...

...uns trezendos degraus...Foto Suê 2010
  Na ante sala do desconhecido enquanto tateava as paredes num contorno cego milimetrado em busca de um ponto de luz minha mente qual farol focado no desejo de conhecer percorria as direções no afã de ver no escuro o que a claridade artificial distorceria possíveis visões. Não era simplesmente o interior daquela caverna urbana que a luz elétrica mostraria, era outra a revelação: mais delicada, sutil, vital...Eu ganhava tempo suficiente para pensar em Gláucon guiado por seu mestre Platão numa experiência no mínimo invertida: mestre e discípulo.Em meio a excitante sensação que antecede o prazer da descoberta pelo então pesquisador fatigado das jornadas intermináveis de busca ao saber, a luz finalmente acende a tudo iluminando com seu fogo fluorescente. E então, protegida das intempéries e modelos sociais ainda guiado por Platão no seu invertido papel em posse da luz, seu saber, eu Gláucon na minha ignorância passei a subir os quase trezentos degraus em direção a uma alcova onde meu corpo torturado pelos três mil metros de nado livre, cronometrado, tombava lentamente, parte por parte até quase inteiro. Declaramos feriado ao faroleiro, descanso ao farol e, cerrando as cortinas do olhar acalmando a insana mente, adormeço. No sonho localizo e mapeio todos os interruptores de luz existentes na escuridão de minha ignorância.Faço um hipertexo com todos os links que me levam aos saberes necessários para se conduzir numa caverna urbana: seus mitos, valores, preconceitos, desígnios...E então, como prova de solidariedade aos que buscam o lugar seguro para se abrigar as ideias, e não sabem onde acende essa luz publico no meu blog. Me despeço de Platão, dou adeus a Gláucon, agradeço a paciência e capacidade de explicação. Serena permaneço eu mais consciente ainda dessa minha ignorante escuridão. Tomo um chá, dou uma deliciosa risada e durmo de novo.

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