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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Restrita

Desnudara-se tanto em sua escrita interior que perdera a liberdade do seu ser e sentir expressos nas palavras, períodos e frases que compunham seus inventos e adivinhações revelados nos pequenos contos, prosas e versos... Tornara-se publicada ela mesma em cada matéria e cada uma delas, uma acusação aguardava para ela a condenação... Não tinha mais como escrever sem sentenciar-se a priori na ideia e pensamentos que conduziam do início ao desfecho, o teor do sentimento vivo e presente no enrêdo, script roteiro do tempo, dela, e de cada invento. Esconder-se em um personagem aparentemente fictício era talvez uma solução que tentara em vão... Trazer elementos, situações, fatos e outros autores para compactuar sua história, outra estratégia ensaiada, talvez a mais feliz e arrojada, com a qual sobrevive ainda dias atuais... Agora chegara ao ponto do encontro decisório consigo mesma e sua escrita... Um lugar pra resgatar do público invasor e juiz incrédulo, o privado que lhe escapulia em cada poesia, compartimento de sua morada interior....cela restrita em dias de visitas.

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