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domingo, 17 de julho de 2011

História de nada

  O fazer todo desfeito e sem rumo prosseguia incansável sua busca, qualquer uma que o fizesse refazer o começo, arcabouço pelo avesso que vai do desfeito ao fazido tecendo o percurso, revendo o vivido, servindo outra vez o vinho bebido, propondo outro gosto trocando o mesmo vestido. E nesse percurso encontra o vazio insatisfeito cheio de nada prostrado, suspenso, se enchendo da idéia sobre se ia ou ficava . Olha em torno e busca o conforto duradouro. E ele sem pressa, por que duradouro, em seu lapso de memória se percebe volátil, finalizado sem o desfecho da hora. E no ancoradouro do tempo decide se ri ou se chora. Que bom seria a verdade poder compor também essa história. Eis que ela vem inquieta roendo as unhas vitima da constante crise sobre o ser ou não ser, ameaçada, fúria da incerteza voraz, vem teimosa sobressaltar a busca de um lugar de descanso e quem sabe se encontrar. Vê frente aos fundos o passado moribundo, choroso pela sala dos cantos a se indagar amontoado, desconsolo, resistente à chegada do presente. Em socorro desse quadro indefinido, dessa história pictórica vem o sonho do sono despertado e refaz o começo, preenche o vazio, ri do desfecho, chora e feliz comemora a verdade, consola a dúvida, desembrulha o presente e despede-se generosa a mente do passado que busca seu fazer desfeito, num outro lado deste mesmo. Arruma a casa, espera a visita que vem do nada e não se explica. Contra ponto contra gosto contra tudo contrariada, o fazer cheio de tudo dura o tempo quase nada pra verdade ser passado e a história inventada.

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