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domingo, 11 de setembro de 2011

Desinvenção


A saudade chegara bem antes da despedida...antes do dia...não era tarde, não era noite...era um dia que amanhecia...O frio ainda era madrugada e o inverno em hora errada fez o clima da espera e fantasia...O plano do que exibir primeiro o sorriso, o abraço de corpo inteiro ossos quebrados alegria em pedaços...ou um simples e enigmático silêncio. Queria algo diferente...inesperado. Quem sabe... pra que a saudade se prolongasse no exato momento de se acabar...E se ele não viesse? Por esquecimento... ou por querer também algo diferente?Poderia ter errado o caminho e livrar-se da acusação do irresponsável esquecimento ou dessa idéia maluca de querer ser diferente a esta altura da saudade sem espaço pra se acomodar... louca a procura de ar...Quem sabe? Mas não se atreveu a quebrar a promessa e foi ao encontro. Lugar e hora combinados...emoção na porta de saída do peito...sorriso ensaiado, riso pronto pra se deitar...Chegou primeiro...paciente distraia-se com os transeuntes, com as árvores, os ciclistas madrugadouros, com a brisa úmida e o canto dos pássaros adormecidos nas copas das árvores sem floresta...O tempo passava lento e pesado como em final de maratona...rastejando-se reta de chegada...pódio. Ela então percebe que ele não vem. O tempo que tinham planejado se acabara... fim da espera...saudade encolhida no canto da porta da saída. Ao ver-se desastrosa situação imaginou uma ligação justificando... ou quem sabe uma mensagem, ou simplesmente um não sei quê qualquer...Sem perda de tempo do tempo todo que já perdera, aciona o pensamento e corrige a história volta no tempo reinventa o invento...olha pela a janela e o vê sorriso quase inteiro para o encontro ser exato perfeito tal qual sonhado... inventado...esperado. A manhã se espreguiçou e a saudade sem pressa foi pouco a pouco mudando a cor... Ela então respirou aliviada com o sonho e a promessa realizados...livre da culpa de ainda que em pensamento, desinventar o invento.

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